Disse Jayme Caetano Braun, "Quem vira mundo não para, nem tampouco desanima, há uma lei que vem de cima, na estrada do tapejara, o tempo que nos separa, é o que mais nos aproxima". Longe estamos dos homens daquele tempo, mas muito próximos ficamos a cada ano que passa, quando festejamos a Semana Farroupilha. Este ano, a Fazenda Histórica Cerro da Bela Vista, inserida no propósito de cultuar as tradições do Rio Grande do Sul, recebeu de 05 à 06 de setembro de 2011, o Piquete de Tradições Gaúchas João Manoel, de São Borja, o qual acompanhava a comitiva o cantor nativista João Carlos Souza. Encantados com a história e o misticismo do cerro de pedras itacurú, o entrosamento de artistas se estendeu à madrugada em tertúlia.
O Cerro da Bela Vista também abriu a cancela e as tramelas do velho galpão nativo missioneiro, para receber o piquete de cavalarianos do CTG 1ª Querência do Rio Grande, de São Nicolau, dia 12 de setembro de 2011. No intercâmbio cultural foi alcançado êxito ao fomentar as comemorações alusivas a Semana Farroupilha, a amizade e a integração da região missioneira no propósito de cultuar às tradições do Rio Grande do Sul
Em 2005, Marco Antonio de Moraes (Marquito) passa a residir com sua família na sede da antiga Fazenda Bela Vista, que pertenceu a seu avô paterno Antônio Ferreira de Moraes, a qual passa a chamar-se Cerro da Bela Vista. Marquito, artista plástico, defensor da cultura rio grandense, abre seu ateliê de artes e organiza a propriedade para servir como ponto turístico e de apoio as cavalgadas comemorativas a Semana Farroupilha.
Seis anos se passaram, muitas cavalgadas pernoitaram no velho galpão nativo missioneiro, onde o fogo de chão ilumina a noite. Para os que cavalgam, procurando rastros em antigas trilhas, nos orvalhos das madrugadas resquícios ancestrais, entre as fendas das pedras das velhas taipas e paredes dos casarões, encontrarão compreenção na emoção do gaúcho de hoje ao contemplar o que restou e que permanece xucro, no atavismo.